Carla Deliberato

Quando procurar ajuda de um profissional que atua com dificuldade alimentar?

A frase que mais ouço no consultório é: “meu filho não come”.

Normalmente, quando chegam até mim, as famílias já estão um tanto quanto desesperadas, em busca de uma solução efetiva para o “não comer” da criança.

Isso acontece porque nem sempre a busca por ajuda especializada acontece de forma precoce. Muitas crianças, embora se alimentem mal, seguem crescendo, ganhando peso e se desenvolvendo normalmente, então, não há sinais fisiológicos do organismo que ligam o alerta das famílias.

Esse alerta só é acionando quando cada refeição vira um enorme estresse e todas as tentativas já foram testadas: mudança no tempero da comida e forma de cozimento dos alimentos, pratos divertidos e coloridos até eletrônicos entraram no jogo para distrair a criança e tentar fazer com que ela coma; tudo isso, porém, foi em vão.

É nessa hora que as famílias chegam até mim.

Mas, você já imaginou quando estresse, angústia e frustração podem ser evitados com a intervenção precoce?

Se você tem um bebê em introdução alimentar e percebe que todos os sinais de prontidão estão presentes (senta-se sem apoio, não empurra automaticamente os sólidos para fora da boca com a língua, ensaia o mastigar, tenta pegar os alimentos ou outros objetos pinçando-os entre o polegar e o indicador), o que determina que ele está apto a alimentar-se de sólidos, porém, ao oferecer a comida, o bebê trava a boca, vira o rostinho para o lado recusando o alimento (defensividade oral), dá tapa na colher ou joga tudo no chão, nauseia ou vomita muito, então, esse é o momento de procurar ajuda de um fonoaudiólogo especialista em dificuldades alimentares.

A busca por ajuda precoce possibilita descobrir prematuramente a causa da dificuldade alimentar e permite o estabelecimento do tratamento correto, garantindo a saúde emocional do bebê e seus familiares.

Isso não significa que as crianças mais velhas não tenham solução. Pelo contrário.

Se o seu filho não é mais um bebê e você percebe que cada vez mais ele fica resistente a experimentar novos alimentos, que ele só come determinado alimento de um lugar específico, só aceita comida de uma mesma textura, formato ou cor, é fundamental buscar ajuda.

Crianças mais seletivas tendem a ter prejuízos não apenas nutricionais, mas, também sociais, pois deixam de participar de eventos escolares e sociais, frequentar a casa de amigos ou parentes e, por vezes, até viajar deixa de fazer parte da rotina da família porque a alimentação envolve um ritual tão grande e complexo, que é impossível sair de casa.

A boa notícia é que tudo isso tem solução. As dificuldades alimentares podem ser resolvidas ou minimizadas, de forma que a criança e a família ressignifiquem a sua relação com os alimentos e os momentos de refeição.

Se você está angustiada com alguma questão alimentar de seu filho, me procure, que terei um enorme prazer em ajudar.